11 de outubro de 2014

Pés descalços no destino fugidio



Hoje, meu estômago dói. Não por algum tipo de alimento, mas por um sentimento bem peculiar e que não havia sentido ainda: o medo do futuro. Sim, pela primeira vez, não sei que destino minha vida vai seguir. Perdi os trilhos na escuridão do túnel. Estou andando na areia movediça. Preso na incerteza do que virá. Espero que o tempo ande bem devagar, circular como as linhas de uma concha de um caracol.

Não sei. Queria saber o que as estrelas me reservam. Me afastarão dos meus sonhos ou me levarão para os meus pesadelos? Angústia. Boca seca. O futuro é uma folha em branco e não sei com que tinta o pintarei. Aquarela colorida ou com pedaços de carvão?

Dizem, os otimistas, que agora é a oportunidade de formular uma nova vida, com novos planos. A chance de correr para os braços abertos de um futuro ainda não descoberto. O lado bom da vida. Já os pessimistas são mais sensatos. Um cenário mais hostil, mais cinza e mais frio. Triste. Querem sempre ter a firmeza de um chão. O céu é só para ser visto por debaixo.

Não sei onde me encaixo. No momento pouco importa também. Ontem foi difícil. Com certeza não só para mim. Mais gente está aí, buscando e falhando, parando e vencendo. A chuva não cai só sobre mim. Porém, é difícil. Cadê aquele empurrão?

E, de certa forma, acredito que a tristeza deve ser aproveitada. Deixar de lado a dor e a derrota é fugir dos próprios pensamentos. Às vezes, da tristeza pode sair uma flor. Mesmo que ela seja regada com lágrimas. Mas o broto continua lá. Só precisa dar uma revirada na terra, adubá-la com nossas cicatrizes. Uma hora desabrocha. Vai sim. Tempo após tempo. 

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