Dias atentos ao vento solar, miséria na alma, amargura relutante a vaguear. O inesperado se furtou ou o caminhante hesitou? O amor que
não fecundou. Abundância de egos, rivalidades insanas, melodias dissimuladas...
De criança o desespero, dissolvido em histórias que ninguém vai lembrar. O
pesar do não vivido, do beijo escondido, do suspiro eterno a sufocar. De longe
a lembrança da quimera secreta, triturada sob os raios da janela entreaberta.
Desejo ausente, como um perecer em cada fragmento de tempo cindido. O destino
presente, arriscado e perdido - sem recompensa - nas esquinas corroídas. Restam
a aridez do navegar e a sobriedade demente, aos que resistem a essa realidade
dura, a essa sensibilidade seca, a essa mobilidade vazia.
Por: ✾
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