26 de agosto de 2014

Sobre o começo


"Por isso que sempre no início
A gente não sabe como começar
Começa porque sem começo
Sem esse pedaço não dá pra avançar
Mas fica aquele sentimento
Voltando no tempo faria outro som
Porque depois de um certo ponto
Tirando o começo até que foi bom"

Como e o que escrever? Sobre que assunto? Algo pessoalmente importante? Aquilo com que as pessoas vão se identificar? E rimar, pode? Fazer trocadilhos? Inventar palavras e expressões? Fazer citações  implícitas? Sempre ouvi dizer que isso é coisa de "grandes pensadores", pois "quando você se tornar um autor consagrado, aí sim pode fazer isso... Por enquanto, não. Coloque-se no devido lugar".... Será?
Sinto que é realmente difícil escrever, e me surgem tantas perguntas antes mesmo de pensar na primeira palavra, que acabo encontrando o caminho somente a partir do momento em que efetivamente escrevo sobre essa impossibilidade da escrita.
Afinal, o que nos resta dizer? Todos os grandes gênios já fizeram suas obras primas, não é mesmo? Não estamos mais à altura dos pensadores gregos, da exepcionalidade romântica... O que resta ao ser pensante contemporâneo, que, nas horas de não-trabalho (se é que existem), não restam outras opções de vivência a não ser passear pelos shoppings, assistir uns seriados, e volta à rotina massacrante?
E o pior de tudo: refletir dá uma preguiça...E todos nós temos mesmo! Escrever então? Pior ainda. Só eu demorei vinte e poucos anos para começar (mas nunca é tarde, pra não esquecer o clichê)!
Como diz o trecho da música, nem sempre o começo é a melhor parte... Mas precisamos dele se quisermos realmente sair do lugar. Talvez o "meio" seja exatamente aquele ponto que nem imaginaríamos chegar, uma bela e inesperada surpresa, descoberta somente no prazer de escrever...
 Nunca tive muita paciência para colocar as palavras "no papel", então é exatamente essa a única saída que consigo encontrar: instigar - a mim, e aos que têm a paciência de ler - o exercício da escrita. A que caminhos isso nos levará? Que seja pelo menos para compartilhar suas angústias aos que estão atentos, ou contar coisas boas, bonitas e especiais!
Cada palavra revelada é um "orvalho do tempo", com potencial de transmitir ao outro um pouquinho de nossas histórias e pensamentos loucos! ;)



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