5 de janeiro de 2015

Os melhores filmes vistos em 2014

Aqui vai uma lista dos dez melhores filmes vistos em 2014, não importando a data do seu lançamento!

10) a partida (okuribito), 2008, yojiro takita, japão



9) era uma vez em nova york, (the immigrant), 2013, james gray, estados unidos


8) azul é a cor mais quente (la vie d'Adèle), 2013, abdellatif kechiche, frança




7) amantes eternos (only lovers left alive), 2013, jim jarmusch, estados unidos



6) o som ao redor, 2012, kléber mendonça filho, brasil


5) o ato de matar (the act of killing), 2012, joshua oppenheimer (II), christine cynn, dinamarca


4) a caça (jagten), 2012, thomas vinterberg, dinamarca


3) as vinhas da ira (the grapes of wrath), 1940, john ford, estados unidos


2) a mulher da areia (suna no onna), 1964, hiroshi teshigahara, japão


1) boyhood: da infância à juventude, (boyhood), 2014, richard linklater, estados unidos


5 de novembro de 2014

Labirinto



Flor em cinzas
Escuro de vela
Vitrola na esquina

Fortuna sem destino
Medo do poeta
Fechada a última fresta

Sempre novo sempre velho
rebusca as tintas no espelho cego

Olhar de andar sozinho
Em espaços vãos de horas
Perigo de iluminar o vazio

Suor na estampa
Rasura da alma
Tempo sem experiência

Retorno da história
Insensatez do imediato
Espírito livre, um basbaque

Trauma que não cicatriza
Chuva, frio e cinza
Espera do fim interminável
Paz no inferno não há quem consiga

18 de outubro de 2014

Perca o guarda-chuva.

 

Abre a janela. Solta o cabelo. Escolhe aquele vestido verde simples. Vem descalça. Desarmada. Tá calor, mas logo vai chover. E você vai querer estar aqui fora, preparada. Pra abrir os braços, girar e se sentir na melhor idade. Pra se achar livre, competente. Pra se admirar e defender sua beleza de você mesma.
Escuta. Podem ser pingos, podem ser folhas. Pode ser a felicidade batendo na porta do seu falso pessimismo. Me leva, vento. Pra direção do ar mais puro. Do sorriso mais sincero. Do cheiro de pão mais caseiro.
Quero ser leve. Sem preocupações adiantas, sem medos infundados. Polem de jardim, ovo no ninho. Natureza de possibilidades e novos começos. Nunca faltam chances de acertar. De fazer valer a pena. Sai da margem, mergulha logo e não para de nadar. Não esquece de respirar, de mirar na direção que almeja. Não é uma competição. Sem perdedores. É só você, sendo você mesma. Soprando a vela, subindo na bike, dançando ao que eles não vão escutar. Agora vai, solta a pipa, ergue a cabeça e inventa a trilha do que faz teu olho brilhar.

11 de outubro de 2014

Pés descalços no destino fugidio



Hoje, meu estômago dói. Não por algum tipo de alimento, mas por um sentimento bem peculiar e que não havia sentido ainda: o medo do futuro. Sim, pela primeira vez, não sei que destino minha vida vai seguir. Perdi os trilhos na escuridão do túnel. Estou andando na areia movediça. Preso na incerteza do que virá. Espero que o tempo ande bem devagar, circular como as linhas de uma concha de um caracol.

Não sei. Queria saber o que as estrelas me reservam. Me afastarão dos meus sonhos ou me levarão para os meus pesadelos? Angústia. Boca seca. O futuro é uma folha em branco e não sei com que tinta o pintarei. Aquarela colorida ou com pedaços de carvão?

Dizem, os otimistas, que agora é a oportunidade de formular uma nova vida, com novos planos. A chance de correr para os braços abertos de um futuro ainda não descoberto. O lado bom da vida. Já os pessimistas são mais sensatos. Um cenário mais hostil, mais cinza e mais frio. Triste. Querem sempre ter a firmeza de um chão. O céu é só para ser visto por debaixo.

Não sei onde me encaixo. No momento pouco importa também. Ontem foi difícil. Com certeza não só para mim. Mais gente está aí, buscando e falhando, parando e vencendo. A chuva não cai só sobre mim. Porém, é difícil. Cadê aquele empurrão?

E, de certa forma, acredito que a tristeza deve ser aproveitada. Deixar de lado a dor e a derrota é fugir dos próprios pensamentos. Às vezes, da tristeza pode sair uma flor. Mesmo que ela seja regada com lágrimas. Mas o broto continua lá. Só precisa dar uma revirada na terra, adubá-la com nossas cicatrizes. Uma hora desabrocha. Vai sim. Tempo após tempo.